Depois de décadas sendo reconhecida no estado do Rio de Janeiro como a “terra do tomate”, São José de Ubá vive uma fase de ampliação da produção agrícola.

Desde 1960, a cidade de pouco mais de nove mil moradores do Noroeste Fluminense dedicou grande parte de suas propriedades rurais à cultura do tomate. O cenário começou a mudar recentemente com o incentivo à diversificação de cultivo do Programa Rio Rural. Agricultores locais têm investido nas lavouras de outros hortifrutigranjeiros como berinjela, milho, abóbora e quiabo.

A produtora Alessandra Silva, da microbacia Córrego de Ubá, representa bem essa fase de transição. Assim como boa parte de sua família, que tem longa tradição nas lavouras de tomate, ela começou a trabalhar no ramo desse jeito, plantando e colhendo o fruto entre os meses de março e agosto. No entanto, percebeu que a lucratividade diminuía safra após safra.

“A concorrência com os produtores paulistas foi encolhendo o preço do tomate aqui no município. Isso sem falar nos atravessadores. Estava saindo caro demais, a ponto de não compensar”, revela a agricultora.

Depois de pesar os custos, Alessandra pediu orientação técnica à Emater-Rio. Com o subprojeto de diversificação de cultivo, ela recebeu incentivo de aproximadamente R$ 5 mil e focou no plantio de três mil pés de quiabo, que lhe renderam, só nos últimos cinco meses, cerca de uma tonelada do fruto. O quilo do quiabo saindo da horta é comercializado, geralmente, a um real. De sua propriedade, a mercadoria segue para comunidades vizinhas ou para feiras em Itaperuna, município a 30 km de distância de São José de Ubá.

“Gostei da diversificação com o quiabo. Proporcionalmente, a produção dele é bem mais barata em relação ao tomate. E o melhor é que dá para colher o ano todo e tem procura”, conta, animada, a produtora. A espécie escolhida para o plantio foi a esmeralda, que atinge bom crescimento em 45 dias e exige irrigação duas vezes por semana.

A produtora otimizou o espaço de 2,5 hectares onde foi executado o subprojeto de diversificação de cultivo e fez outras experiências bem sucedidas, mas em pequena escala, com lavouras de berinjela, milho e abóbora.

O sucesso da diversificação na lavoura tem chamado a atenção dos agricultores das microbacias de São José de Ubá. A Emater-Rio vem incentivando a visitação na propriedade de Alessandra para que o espaço possa servir como vitrine, transformando a visão dos produtores sobre o mercado.

Desde o ano passado, outros nove produtores também foram beneficiados com o projeto de diversificação de cultivo em São José de Ubá. A maioria das lavouras é de aipim, jiló, couve, alface e taioba. Cada projeto tem incentivos de R$ 5 mil, em média.

Lavoura_na_propriedade_da_produtora_Alessandra_Silva._Em_2016,__já_foi_colhida_uma_tonelada_de_quiabo[1] Produtora_Alessandra_Silva_conversa_com_a_técnica_executora_do_Rio_Rural_na_microbacia_Córrego_de_Ubá,_Norma_Lúcia_Vieira[1] Produtora_Alessandra_Silva_está_contente_com_a_nova_aposta_no_cultivo_do_quiabo_da_espécie_esmeralda[1] Sombrite_reduz_luminosidade_e_é_essencial_para_realizar_o_cultivo_protegido[1]

Fotos: Reprodução Rio Rural