Para ter mais uma cidade em sua autobiografia, Rogério do Nascimento, mais conhecido como Neguinho do Asfalto, passou por Itaperuna nesta quinta-feira (09). Para pagar uma promessa, Neguinho pretende fechar o ciclo de 30 anos pedalando pelo mundo em 2022, no Canadá. Ele percorre cidades e países conhecendo culturas diferentes e contando os milagres que Deus fez em sua vida.
Tudo começou quando nasceu. Sua mãe teve que escolher entre sua vida e a dele. Escolheu a dele. Nasceu cego e com paralisia e deficiências nos pulmões e nos rins. Ficou 11 anos em coma, no hospital. Seu pai quando descobriu que era Irmão da mulher, se matou com um tiro na cabeça. Esse trecho é apenas o início da história. Quando acordou prometeu a Nossa Senhora Aparecida que, se se voltasse a andar e a enxergar, passaria 30 anos pedalando. E assim está sendo.Voltou a enxergar, a andar, sobreviveu a 3 tiros, facadas, transplantes de alguns órgãos. Nunca foi à uma escola. Aprendeu a ler e a escrever na rua e hoje fala 28 idiomas. Visitou mais de 20 países. E vive, hoje, sobre duas rodas, sua humilde bike, percorrendo outras cidades, estados e países que ainda não conhece. Por onde passa escreve suas experiências e envia para o Ministério do Esporte, em Brasília. Em breve, será lançado o seu livro “A vida de um andarilho”.
Esse andarilho, de pele maltratada pelo sol, mas com o coração cheio de esperança já pedalou mais da metade da distância entre a terra e a lua. Para se manter e pagar seus medicamentos, Neguinho conta com a ajuda das pessoas. “Por onde passo sou reconhecido. As pessoas tiram foto comigo e me dão alguma ajuda como dinheiro, roupa, comida e até hotel”, contou.
Quando terminar sua aventura, Neguinho pretende terminar de escrever seu livro e voltar para sua terra natal em Mato Grosso do Sul, onde tem duas irmãs deficientes, uma sem os braços e pernas e a outra sem o braço e perna do lado direito.
Neste final de semana, o aventureiro passará nas cidades de Muriaé-MG, Campos dos Goytacazes-RJ até chegar à Capital, onde, na próxima semana, grava o programa da Fátima Bernardes, na Globo.
Foto: JBN e Sylvio Ferraz
